As crises social e econômica que acompanharam a pandemia de covid-19 colocaram em teste a resiliência das cidades para lidar com problemas como aumento do desemprego, carestia de alimentos e fome. Uma atividade em específico deu prova de força para enfrentar tais desafios: a agricultura urbana e periurbana. Circuitos curtos de distribuição de alimentos formados em torno de famílias de agricultores em grandes cidades como São Paulo alcançaram dois feitos: de um lado, permitiram a manutenção da renda de pequenos produtores em momento de retração no comércio; de outro, garantiram o acesso a comida saudável para famílias em situação de vulnerabilidade.
Plantio de mudas em pequenos espaços que ladeiam supermercados, roças de verduras e legumes que vicejam nas periferias, gostos e jeitos caipiras no admirável mundo novo dos aplicativos de delivery. Em um primeiro relance, o cultivo na cidade pode parecer um resquício de um mundo rural antigo recoberto pela modernidade urbana. Entender a história e as dinâmicas que envolvem essa prática é fundamental para tirá-la da invisibilidade e orientar políticas públicas que possam impulsioná-la. Veremos abaixo como estudos realizados em diferentes áreas – geografia, urbanismo, saúde pública e ciências agrárias, ambientais e políticas – respondem a 12 questões sobre o tema.