Atualmente todos já estão conscientes que não existe uma dicotomia entre produção e conservação. A agricultura é historicamente uma atividade econômica central da matriz produtiva no Brasil e está presente em uma fatia significativa do território nacional - de acordo com o MapBiomas, 31% das terras do Brasil têm uso agropecuário. Essa quantificação feita para o ano de 2019 mostra que 167 milhões de hectares são pastagens plantadas e 96 milhões de hectares são outros cultivos (62 milhões de hectares de cultivos anuais e 34 milhões de hectares de cultivos perenes). No período de análise do MapBiomas (1985-2019), a área agropecuária aumentou 46%, ou 1,4% ao ano em média – o que representou uma redução proporcional da vegetação nativa associada a essa expansão.
Mesmo considerando esse cenário, é fato que temos todas as condições possíveis para que a produção agrícola ande de mãos dadas com a conservação dos recursos naturais, mantendo sua capacidade produtiva e de produção de alimentos, ao mesmo tempo em que conservamos a vegetação nativa e seu importante papel em prover serviços ecossistêmicos e mitigação das mudanças climáticas.
Mas como? A seguir, selecionamos dez perguntas que a ciência já respondeu para trazer argumentos técnicos sobre alguns pontos relevantes dessa discussão.