A UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) foi das universidades pioneiras em adotar cotas para negros de qualquer percurso escolar e validação de autodeclaração ou heteroidentificação, desde 2008. A universidade também contribuiu na audiência pública do Supremo Tribunal Federal para a constitucionalidade desses dispositivos e mantém vagas suplementares para esse público até o presente. Além dessas ações afirmativas, a UFSC implementa a Lei de Cotas com reserva para escola pública, pretos/pardos/indígenas, pessoas de baixa renda, pessoas com deficiência e vagas suplementares para indígenas, quilombolas e refugiados. Orgulha-se de ter igualdade racial: o percentual de negros ingressantes e matriculados regularmente é igual ao percentual de negros em Santa Catarina, estado que tem o menor percentual de negros do Brasil.
A UFSC aprovou seu Programa de Ações Afirmativas em 2007, após cinco anos de debates sobre o assunto, e baseado em pesquisas científicas dedicadas ao tema. Ele previa acesso via vestibular com reserva de egressos de escola pública, negros preferencialmente de escolas públicas e vagas suplementares para indígenas, além de medidas de permanência, acompanhamento e avaliação do programa, e acompanhamento de egressos. Em 2008, a UFSC criou seu processo de validação de autodeclaração de negros e indígenas. As vagas reservadas para negros previam a possibilidade de serem preenchidas por egressos de escolas ou Educação de Jovens e Adultos(EJAs) privados, pois o racismo não se manifesta somente contra os estudantes de escolas públicas, mas também sobre os de escolas privadas.
De 2013 a 2016 foi implementada a lei de cotas n. 12.711/2012, através de uma Política de Ações Afirmativas, mantendo vagas suplementares para indígenas e negros de qualquer percurso escolar e criando vagas suplementares para quilombolas. Em 2020, as cotas foram estendidas para a pós-graduação, em 2021 foram criadas vagas suplementares para pessoas com deficiência com qualquer origem escolar e em 2022, para refugiados. A seguir, uma linha do tempo com os principais marcos da história de inclusão da UFSC: