O debate sobre saúde mental no Brasil não é algo recente. Ao longo das últimas décadas, a discussão tem crescido no país, tornando-se cada vez mais complexa e associada a questões de estruturas e modelos de cuidado. As políticas públicas do campo sofreram enormes avanços e transformações desde o final da década de 1980, impulsionados pela aprovação da Lei da Reforma Psiquiátrica em 2001, que serviu de base legal para a implementação da Política Nacional de Saúde Mental do Ministério da Saúde. Além de estimular ações transversais relacionadas à garantia dos direitos de moradia, educação, cultura, trabalho, justiça, por exemplo, a Reforma tornou a experiência brasileira uma referência para o mundo.
Entretanto, mudanças ocorridas em nível federal e a crise financeira e orçamentária de estados e municípios têm afetado, desde 2016, a política nacional de saúde mental, que vem sofrendo uma grave redução de financiamento e diminuição do ritmo de implantação de novos serviços.