O aquecimento global é resultado de contínuas emissões de origem antrópica de GEE (gases de efeito estufa) desde o início da Revolução Industrial, com destaque para o período pós-1950. Assim, as primeiras discussões internacionais sobre o tema (principalmente a partir dos anos 1990) se concentraram no potencial de redução das emissões globais de GEE.
Diante do nosso insucesso em reduzir tais emissões ao longo das últimas três décadas (ao contrário, as emissões anuais de CO2 cresceram em média 1,5% a.a. desde 1990), estratégias baseadas em reduções graduais não são mais suficientes para se limitar a mudança do clima a níveis relativamente seguros. Para uma chance razoável de se limitar o aquecimento médio do planeta a não mais de 1,5°C, reduções anuais médias de emissão líquida da ordem de 8% serão necessárias ao longo das próximas décadas.
Por isso, fala-se hoje não apenas em se deixar de emitir CO2, mas também em se promover a captura desse gás: ao se retirar carbono da atmosfera ou da biosfera, cria-se uma espécie de “emissão negativa”, que teria o importante papel de frear o aquecimento do planeta. As atividades humanas que têm por objetivo a remoção de CO2, repletas de nuances e riscos, são o tema deste glossário.