O termo se refere a um uma epidemia de informação causada pelo excesso de notícias sobre determinados temas. Muitas vezes, as informações que consumimos estão incorretas, incompletas ou são produzidas por fontes pouco confiáveis. Ainda assim, esses dados duvidosos seguem se propagando velozmente, como no caso da pandemia do novo coronavírus.
Uma pesquisa publicada no The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene avaliou 2.276 publicações na internet relacionadas à covid-19 de dezenas de países e concluiu que apenas 9% dessas publicações eram verdadeiras. Muitos sites confiáveis divulgaram a verdade sobre as notícias falsas que circulavam na internet, mas, mesmo assim, essas informações ainda são muito difundidas em velocidades e quantidades assustadoras. Um exemplo disso é que aumentaram a quantidade de notícias falsas em grupos de redes sociais em 383% em 2020. Especificamente no Brasil, uma pesquisa do Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) de setembro de 2020 apontou que 67% dos entrevistados expostos a dez afirmações incorretas sobre vacinas acreditaram em pelo menos uma delas. Portanto, a luta tem sido contra dois vírus, o Sars-Cov-2 e a desinformação.
Como estratégia para mitigar esse problema, a OMS (Organização Mundial da Saúde) desenhou quatro pilares para a gestão das infodemias: o monitoramento de informações (vigilância); o fortalecimento da capacidade de alfabetização em saúde digital e ciência; o incentivo a processos de aprimoramento da qualidade das informações, como verificação de fatos e revisão por pares; e a tradução precisa e oportuna do conhecimento, minimizando fatores de distorção, como influências políticas ou comerciais.