O método de aleatorização foi desenvolvido nas áreas de medicina e farmacêutica. Para comprovar se um medicamento ou procedimento médico tem eficácia, os indivíduos no estudo são divididos aleatoriamente entre tratados e não tratados e realiza-se um experimento para determinar se o tratamento médico causa os efeitos esperados.
No contexto de avaliação de políticas públicas e projetos sociais, o método experimental de avaliação consiste em sortear, de maneira aleatória, quem irá participar do programa (grupo de tratamento) e quem não irá (grupo de controle). É uma forma de determinar se uma intervenção teve efeito causal na população-alvo. Esse é considerado o “padrão-ouro” da avaliação de impacto. Em 2019, o prêmio Nobel de Economia reconheceu o trabalho de combate à pobreza no mundo por meio de uma abordagem de avaliação experimental de políticas sociais.
Com um número de participantes suficientemente grande, o processo de seleção aleatória dos participantes, via sorteio, garante que o grupo de controle seja um bom contrafactual — representando o que teria acontecido com o grupo de tratamento caso não tivesse participado do programa. O sorteio permite que qualquer diferença observada no resultado de interesse entre o grupo de tratamento e o grupo de controle seja atribuída à participação do programa — trata-se, portanto, do impacto estimado. Além disso, a aleatorização, que define que cada indivíduo tem a mesma chance de ser sorteado, é uma maneira justa e transparente de selecionar os participantes, em especial quando há recursos escassos que impossibilitam o atendimento de todos os interessados.